Estava custoso, mas ao fim de quase 3 meses, eis que já tenho o meu diploma de grau. Se isso muda alguma coisa? Não...mas sabe bem ter a prova do esforço de 4 anos relativamente bem sucedidos. A média final não é brilhante (tal como já tinha calculado...), um modesto 16, mas estou orgulhosa dele e do empenho com que foi conseguido. Envergonha-me um bocadinho lembrar-me que no último ano, por causa de uma pessoa má que me deixou à beira do esgotamento, pensei em nunca mais voltar a entrar na faculdade, em desistir do curso...ainda bem que a razão falou mais alto, hoje sou mais feliz por ser terapeuta da fala.
Hoje numa sessão de Terapia da Fala vi um menino de nove anos em sofrimento. Tem muitas dificuldades e é posto de parte pelos colegas na escola, batem-lhe, tratam-no mal...Contou-me que sabe que é diferente, que na turma dele há outra menina, que também é diferente, e que os outros gozam com ela, mas ele não, porque também tem problemas e sabe o que é não ter ninguém que nos apoie. Disse-me assim. Acrescentou que de manhã acordou tão feliz porque ia estar com o primo ao fim da tarde...e que depois na escola lhe bateram, não pôde fazer a aula de educação física e ficou lá num canto...que o dia foi uma tragédia. "Preciso de esvaziar o cérebro, não consigo parar de pensar nisto!". Tentei acalmá-lo, animá-lo, traçar um plano com ele, dizer-lhe como agir se uma situação semelhante voltar a acontecer. No fim, dei-lhe um abraço e ofereci-lhe uma caneta colorida e ele disse-me "Obrigada...pela caneta...por tudo. Acho que a minha vida é injusta. Obrigada por me ouvires." ...
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