O meu primeiro doente, morreu. Não, não cheguei a tocar no senhor sequer, no dia em que ia fazer a sessão de avaliação ele entrou em coma e já não fui. Era tio de uma amiga minha (a amiga enfermeira que perdeu a avó na noite de Natal....sim, essa) e por isso lá fomos hoje à capela, dar um bocado de apoio. Chego lá eu e vejo a família (a mulher completamente apagada, e dois filhos, de 20 e poucos anos, desfeitos). Ora D., que faz? Vai dar um beijinho aos respectivos e dá por si de lágrimas a saltar dos olhos prestes a ter ali uma crise. Portanto, a ideia era EU dar apoio... Conhecia bem o senhor, já passei um fim-de-semana na casa de férias dele com a família da minha amiga, e tinha estima por ele, mas não éramos próximos. O que me tocou, como de costume, foi o sofrimento da mulher e dos filhos...e o imaginar que o senhor até era mais novo do que o meu pai e que o que os filhos dele estão a passar pode acontecer a qualquer um. Só essa ideia transtorna-me. Vai daí, pus-me logo a pensar que, com este tipo de atitude, se calhar não sou a pessoa mais indicada para ir fazer a pós-graduação em cuidados paliativos que tanto queria...
Estava há pouco a dar no telejornal um estudo feito (não me lembro por quem) sobre a sexualidade dos povos que revelou que os Portugueses eram dos que tinham uma média de relações sexuais por semana, mais elevada. Duas vezes por semana. Numa entrevista de rua, várias pessoas diziam que achavam que não era verdade, que os inquiridos mentiram nas sondagens, que ninguém tinha tempo "para isso" duas vezes por semana. Eu por acaso nem acho muito, se tivermos em conta o preço da electricidade, é normal que os Portugueses ten ham optado por desligar as luzes e deixar de ver televisão, dedicando-se a actividades mais em conta. Juntando a isto o frio que tem estado...faz todo o sentido...:)
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