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D., a fazer figura de ursa desde 1987

O meu primeiro doente, morreu. Não, não cheguei a tocar no senhor sequer, no dia em que ia fazer a sessão de avaliação ele entrou em coma e já não fui. Era tio de uma amiga minha (a amiga enfermeira que perdeu a avó na noite de Natal....sim, essa) e por isso lá fomos hoje à capela, dar um bocado de apoio. Chego lá eu e vejo a família (a mulher completamente apagada, e dois filhos, de 20 e poucos anos, desfeitos). Ora D., que faz? Vai dar um beijinho aos respectivos e dá por si de lágrimas a saltar dos olhos prestes a ter ali uma crise. Portanto, a ideia era EU dar apoio... Conhecia bem o senhor, já passei um fim-de-semana na casa de férias dele com a família da minha amiga, e tinha estima por ele, mas não éramos próximos. O que me tocou, como de costume, foi o sofrimento da mulher e dos filhos...e o imaginar que o senhor até era mais novo do que o meu pai e que o que os filhos dele estão a passar pode acontecer a qualquer um. Só essa ideia transtorna-me. Vai daí, pus-me logo a pensar que, com este tipo de atitude, se calhar não sou a pessoa mais indicada para ir fazer a pós-graduação em cuidados paliativos que tanto queria...

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:) yey!

Já chegou o meu certificado do mestrado! Que orgulho!:) Foi pena terem-mo mandado num envelope fanhoso, pelo correio, todo amassado...mas excepto isso... O diploma, custa um balúrdio (nunca percebi o motivo) e demora uns seis meses a chegar. Entretanto falta um mês e dois dias para eu estar de férias. Contagem decrescente. Se me vejo esparramada ao lado de uma piscina, até penso que é mentira.
Esta coisa da gestão das relações humanas e dos mal entendidos deixa-me exauridinha.