Avançar para o conteúdo principal

É mesmo isto

O momento em que desistimos de nos enganar, o momento em que o medo vence a curiosidade e desistimos do enlevo, do doce, irrepetível entusiasmo de aprender - prender - cada alguém; o momento em que dizemos "não vale a pena", "é sempre o mesmo"; o momento em que decretamos o fim da aventura e nos seguramos ao seguro, ao silêncio; o momento em que nos ensimesmamos (que verbo este) e corremos todos os ferrolhos e ligamos o alarme - não vá alguém entrar, passar as barbacãs e os fossos, galgar a última muralha - nesse momento estamos mortos. Não há outra forma de viver senão aceitando a norma que Philip Roth decreta em American Pastoral: "Erramos sobre as pessoas antes de as encontrarmos, enquanto antecipamos o encontro; erramos enquanto estamos com elas; e depois vamos para casa e contamos a alguém como foi o encontro, e erramos de novo."
(Excerto da crónica "Sermões Impossíveis - Errar outra vez" de Fernanda Câncio, revista JN.)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Help

Ajudem-me lá, uma viagem de 4 dias, três na Disney e um em Paris, em regime de meia pensão, 700 euros. É muito? É bom? Ou consegue-se melhor? Sou novata nestas andanças...
Estava há pouco a dar no telejornal um estudo feito (não me lembro por quem) sobre a sexualidade dos povos que revelou que os Portugueses eram dos que tinham uma média de relações sexuais por semana, mais elevada. Duas vezes por semana. Numa entrevista de rua, várias pessoas diziam que achavam que não era verdade, que os inquiridos mentiram nas sondagens, que ninguém tinha tempo "para isso" duas vezes por semana. Eu por acaso nem acho muito, se tivermos em conta o preço da electricidade, é normal que os Portugueses ten ham optado por desligar as luzes e deixar de ver televisão, dedicando-se a actividades mais em conta. Juntando a isto o frio que tem estado...faz todo o sentido...:)