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Dos julgamentos sociais

Fui a uma apresentação de teatro de umas crianças da família. No final, juntaram-se as mães todas para um lado, os professores para o outro, familiares a conversar sobre isto e aquilo quando aparece uma vizinha que a minha tia já não via há uns tempos. Eis que fui apresentada da seguinte maneira: "É minha sobrinha, é terapeuta da fala, tem 32 anos e é a única solteira agora..." Isto dito com um ar de misericórdia, de "pobrezita". A vizinha deve ter pressentido o meu embaraço, por algo pelo qual nem sequer tenho de me sentir embaraçada...e simpaticamente disse "Oh querida, faz muito bem! Tem muito tempo, temos de fazer as nossas escolhas!" Todos parados em roda a olhar para mim à espera de uma reação. Eu corada desde o pescoço até aos cabelos, a sorrir, durante aquilo que me pareceu ser uma eternidade...e, de repente, uma vontade de perguntar por alma de quem é que o meu estado civil é para ali chamado (e se a minha profissão é cartão de visita!) e o quê que o resto do mundo tem a ver com a minha vida! De os mandar todos àquele sítio! Rais parta! Lá me aguentei, depois arranjei uma desculpa e voltei rapidamente para casa, a rebentar de dor de cabeça.
Cheguei, vesti um pijama quentinho e enrolei-me na manta a ler um livro.
Não devia ter saído daqui hoje.

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