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Porquê que estas coisas acontecem?

Um dos meus doentes é a melhor pessoa do mundo e tem uma filha espectacular. Já aconteceu de tudo naquela família, a filha está desempregada, os dois filhos morreram num acidente de viação, a  esposa fez uma mastectomia, o senhor teve um avc... Tudo no espaço de um ano. E continua a ser a melhor pessoa do mundo. E ele e a filha fazem os melhores 40 minutos de sessão da minha semana, não conheço ninguém mais bem disposto, mais prestável, mais simpático.
Esta semana soube que o senhor também tem um cancro no pulmão. Ele ainda não sabe, mas a filha sim e pediu a minha ajuda para lhe dar a notícia. Disse-lhe que sim, que a ajudava no que estivesse ao meu alcance, aguentei-me no momento mas quando desliguei o telefone não conseguia parar de chorar. Ao fim de tanto tempo, não consigo ter o distanciamento de pensar neles como apenas um utente, um caso...para mim acabam por já ser amigos. Talvez seja incorrecto, mas ainda não arranjei forma de dar a volta a isto, há famílias a quem não consigo deixar de me apegar. Talvez quando deixar de ser assim também deixe de fazer sentido para mim...mas parece-me que vou ter muitas desilusões pelo caminho.
 

Comentários

medusa disse…
Porra, ninguém merece!

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Esta coisa da gestão das relações humanas e dos mal entendidos deixa-me exauridinha.    

Adeus Amor Adeus ou a Poesia

Eu quero remar, Eu quero remar mas já desististe De tanto chorar, de tanto chorar E eu não sou de largar, não sou de largar Até o teu sorriso ficou triste Mas já não te prendo Adeus, amor adeus Não queres ficar E eu aceno e finjo que entendo Que no teu barco falte eu Até um dia, amor adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu Amor, adeus Até um dia Amor, adeus E o grito seja mudo Eu quero pedir mas tu já não mudas E o que há de bonito no mundo Não seja nada sem mim Eu quero pedir Nem sei existir De tanto te ouvir De tanto te ouvir Calaram-se as vozes E eu nem sei existir Adeus, amor adeus Sem ser nos teus passos Tu queres sair E a mentir digo que ultrapasso Até um dia, amor adeus Amor, adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Que no teu barco falte eu Amor, adeus Até um dia Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu E o grito seja mudo E o que há de