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Estados de alma

"Sentou-se sozinho, no escuro.
A depressão abatera-se sobre ele, sem apelo nem agravo. Num minuto estava sentado à secretária a ler alguns ficheiros e no outro o imenso peso negro caíra sobre ele com toda a força.
Já lhe havia acontecido antes, sem nenhum sentido vago de desconforto, nem tristeza avassaladora. Apenas aquela onda imensa de negrume que o enrolava na sua espuma. Apenas aquela mudança abrupta da luz para a escuridão.
Não se tratava de desespero. O conceito de esperança tinha de ser um factor a ter em conta antes de abraçarmos a sua ausência. Não se tratava de desgosto, aflição ou raiva. (...)
Era um vazio. Incomensurável, negro, irrespirável e arrastava-o com ele.
Conseguia funcionar apesar dele; aprendera a fazê-lo. Se não funcionasse, as pessoas não o deixariam em paz e os seus cuidados e preocupações apenas iriam afundá-lo mais no fosso em que se encontrava.
Podia andar, falar, existir. Mas não conseguia viver. Era assim que se sentia, quando se deixava puxar por aquelas amarras."
Nora Roberts in "Luzes do Norte"

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Esta coisa da gestão das relações humanas e dos mal entendidos deixa-me exauridinha.    

Adeus Amor Adeus ou a Poesia

Eu quero remar, Eu quero remar mas já desististe De tanto chorar, de tanto chorar E eu não sou de largar, não sou de largar Até o teu sorriso ficou triste Mas já não te prendo Adeus, amor adeus Não queres ficar E eu aceno e finjo que entendo Que no teu barco falte eu Até um dia, amor adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu Amor, adeus Até um dia Amor, adeus E o grito seja mudo Eu quero pedir mas tu já não mudas E o que há de bonito no mundo Não seja nada sem mim Eu quero pedir Nem sei existir De tanto te ouvir De tanto te ouvir Calaram-se as vozes E eu nem sei existir Adeus, amor adeus Sem ser nos teus passos Tu queres sair E a mentir digo que ultrapasso Até um dia, amor adeus Amor, adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Que no teu barco falte eu Amor, adeus Até um dia Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu E o grito seja mudo E o que há de