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Dos julgamentos sociais

Fui a uma apresentação de teatro de umas crianças da família. No final, juntaram-se as mães todas para um lado, os professores para o outro, familiares a conversar sobre isto e aquilo quando aparece uma vizinha que a minha tia já não via há uns tempos. Eis que fui apresentada da seguinte maneira: "É minha sobrinha, é terapeuta da fala, tem 32 anos e é a única solteira agora..." Isto dito com um ar de misericórdia, de "pobrezita". A vizinha deve ter pressentido o meu embaraço, por algo pelo qual nem sequer tenho de me sentir embaraçada...e simpaticamente disse "Oh querida, faz muito bem! Tem muito tempo, temos de fazer as nossas escolhas!" Todos parados em roda a olhar para mim à espera de uma reação. Eu corada desde o pescoço até aos cabelos, a sorrir, durante aquilo que me pareceu ser uma eternidade...e, de repente, uma vontade de perguntar por alma de quem é que o meu estado civil é para ali chamado (e se a minha profissão é cartão de visita!) e o quê que o resto do mundo tem a ver com a minha vida! De os mandar todos àquele sítio! Rais parta! Lá me aguentei, depois arranjei uma desculpa e voltei rapidamente para casa, a rebentar de dor de cabeça.
Cheguei, vesti um pijama quentinho e enrolei-me na manta a ler um livro.
Não devia ter saído daqui hoje.

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Esta coisa da gestão das relações humanas e dos mal entendidos deixa-me exauridinha.    

Adeus Amor Adeus ou a Poesia

Eu quero remar, Eu quero remar mas já desististe De tanto chorar, de tanto chorar E eu não sou de largar, não sou de largar Até o teu sorriso ficou triste Mas já não te prendo Adeus, amor adeus Não queres ficar E eu aceno e finjo que entendo Que no teu barco falte eu Até um dia, amor adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu Amor, adeus Até um dia Amor, adeus E o grito seja mudo Eu quero pedir mas tu já não mudas E o que há de bonito no mundo Não seja nada sem mim Eu quero pedir Nem sei existir De tanto te ouvir De tanto te ouvir Calaram-se as vozes E eu nem sei existir Adeus, amor adeus Sem ser nos teus passos Tu queres sair E a mentir digo que ultrapasso Até um dia, amor adeus Amor, adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Que no teu barco falte eu Amor, adeus Até um dia Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu E o grito seja mudo E o que há de