Avançar para o conteúdo principal
Ontem de manhã cedinho a avó de uma grande amiga minha morreu. Era uma doente de cuidados paliativos e, sendo a minha amiga enfermeira e morando com a senhora, cuidou dela até ao fim, literalmente dia e noite. Foram três meses não dormidos, a posicioná-la, a alimentá-la, a trocar-lhe soro quando já não comia e a dar-lhe morfina quando nada mais havia a fazer. Acompanhei a situação bem de perto, sabia o carinho que a família lhe tinha.
Hoje foi o funeral, uma cerimónia bem simples mas das mais bonitas e sentidas a que já assisti. Totalmente a contrastar com a da minha avó, à qual metade das pessoas só apareceram devido ao extracto bancário do meu avô...
A minha amiga estava num esforço enorme para se conter, foi preciso dizer-lhe "CHORA!" para ela desbloquear... Uma das enfermeiras do centro de saúde que também acompanhava o caso e vinha prestar auxílio, aos domingos, quando era necessário, também apareceu para dar um beijinho à família - "Era este o meu horário de vir ver se estava tudo bem...hoje tinha esse horário vazio...a dona A. foi-se embora, mas não podia deixar de vir cá despedir-me dela!"
Tenho muito orgulho na minha amiga e fiquei com a esperança de que o futuro não seja assim tão negro quanto dizem que vai ser, porque hoje estive rodeada de boas pessoas, que praticam boas acções desinteressadamente, e isso só pode ser um sinal positivo.
Feliz Natal.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Esta coisa da gestão das relações humanas e dos mal entendidos deixa-me exauridinha.    

Adeus Amor Adeus ou a Poesia

Eu quero remar, Eu quero remar mas já desististe De tanto chorar, de tanto chorar E eu não sou de largar, não sou de largar Até o teu sorriso ficou triste Mas já não te prendo Adeus, amor adeus Não queres ficar E eu aceno e finjo que entendo Que no teu barco falte eu Até um dia, amor adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu Amor, adeus Até um dia Amor, adeus E o grito seja mudo Eu quero pedir mas tu já não mudas E o que há de bonito no mundo Não seja nada sem mim Eu quero pedir Nem sei existir De tanto te ouvir De tanto te ouvir Calaram-se as vozes E eu nem sei existir Adeus, amor adeus Sem ser nos teus passos Tu queres sair E a mentir digo que ultrapasso Até um dia, amor adeus Amor, adeus Até ao dia em que nos teus braços falte eu Que no teu barco falte eu Amor, adeus Até um dia Até ao dia em que nos teus braços falte eu Até ao dia em que nos teus braços falte eu E o grito seja mudo E o que há de